Diário de enfermagem #2 A dor
Escolher estar
presente na vida das pessoas em um dos momentos mais difíceis, ou seja, na dor,
não é fácil. Não importa se essa dor é física ou emocional, para mim a dor é a
mesma, devendo ser valorizada muito mais que qualquer outro sentimento, dependendo de
como você encara uma fase difícil na sua vida, à dor vai te mudar e te fazer
mais forte.
Gosto muito deste poema do Khalil Gibran: Eu
não trocaria as tristezas do meu coração pelas alegrias dos homens, e não
desejo que as lágrimas que a melancolia provoca nos meus olhos se transformem
em risos. Prefiro que minha vida permaneça uma lágrima e um sorriso: uma
lágrima que purifique meu coração e me faça compreender os mistérios e segredos
da vida, e um sorriso que me aproxime dos meus semelhantes [...]
O Dr.
Augusto Cury também escreveu algo muito plausível sobre a dor: Um profissional
da saúde mental deve saber que jamais tocará ou sentirá minimamente a dor do
pânico ou da depressão de um paciente. Se sentir, ela será sua [...]
Já ouvi
estudantes e profissionais da saúde dizerem para alguém que esta sofrendo por
alguma doença o seguinte: vai ouvir uma musica, vai dar um passeio, esquece
isso um pouco, etc. Isso para mim é uma falta de respeito com a dor do outro,
que nunca poderá ser a sua dor. Não que a pessoa tenha que ficar sofrendo 24
horas por dia, não é isso. Mas em um primeiro instante, devemos ouvir e
respeitar o momento dessa pessoa, ao contrário estaremos diminuindo ou
menosprezando o que esta pessoa esta passando.
Depois de compreender o que a
pessoa esta passando ai sim, devemos incentivá-la a fazer coisas que ela
gostava de fazer antes.
Sempre faço
isso, primeiro eu escuto tudo o que a pessoa quer me dizer, compreendo, mostro
a ela que estou dando valor para toda essa dor e só assim depois é hora de
falar, de mostrar que tudo tem dois lados na vida, que é feita de momentos, que
nós, profissionais da saúde, estamos lá para ajudar a passar por mais este
momento.
Abraços!!
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